A César o que é de César, e ao Acktan o que é do Acktan
Finalmente aqueles caramelos me devolveram o Blog.
Mas agora que tenho de volta a propriedade destas páginas, encontro-me num dilema: não sei se falo sobre as minhas férias, um mês sem ver o meu dono, só com a companhia dos outros cães. Um mês sem Sentas, Deitas, Acktan sai daí, Acktan deixa o gato, enfim um mês de férias como merece um cão trabalhador como eu. Ou se por outro lado vos conto mais sobre as minhas peripécias de infância e o meu problema com a minha pata.
NOTA do DONO: Quem tem um mês de férias nesta casa são somente os bichos, já que vão para a quinta no fim-de-semana antes de irmos viajar de avião e só os vamos buscar no fim-de-semana a seguir a voltarmos. Aqui os humanos, tem de se resignar a só ter duas semanas de férias.
O dono, para que é que isso interessa? Pára lá de ler por cima do meu ombro e vai mas é tratar da minha comida. Arre que o gajo é chato!

Já me decidi, vou vos falar sobre a minha infância. Mas antes, deixem que vos diga que o meu dono está a ficar biruta, então não é que me traz de ferias mais um animal para casa? Coloca-me ao canto da minha sala um rinoceronte que é duas vezes o tamanho do gato? Levei um grande susto quando chego a casa e vejo aquilo espetando a um canto. Não hesitei, fui logo ter com ele para lhe mostrar quem manda, mas como o gajo não me ligou pouco fiquei com algum receio, vocês também ficariam se vissem o corno que o tipo tem na frente. Seja como for, um bocado a tremer das patas traseira, peito rente ao chão, lá me foi aproximando do bicho até conseguir lhe dar umas boas cheiradas. Cheirei a parte de trás (sempre podia ser alguém conhecido) mas não o reconheci, cheirei-lhe o focinho e pareceu-me que aquilo cheirava a madeira. Por isso pus-me de pé e mandei-lhe duas ladradelas e um rosnar. Como o tipo não reagiu, assumi que aquilo é mesmo madeira. Agora porque é que o meu dono decidiu colocar um bocado de madeira na sala ainda não percebi, apesar de suspeitar que deve ser para o gato afiar as unhas, mas o tempo dirá.
Vamos lá voltar no tempo até à minha infância. Há muito, muito tempo, era eu um cachorro… e o meu dono andava sempre a treinar-me nos lugares mais estranhos que ele conseguia pensar. Certo dia, estávamos a passar uns dias em Portalegre, por causa do Casamento de uma das Afilhadas de praxe do meu dono. É verdade, nem todos os cães de podem orgulhar de já ter ido a um casamento e até a uma despedida solteiro já fui. Note-se que a despedida a que fui era referente a um outro casamento, o meu dono acha que eu devo ter variedade.
Sinceramente gostei mais da despedida de solteiro, os moços fizeram uma churrascada e eu acho que comi mais que eles todos. O pateta do meu dono a meio da noite achou que eu podia gostar de comer ração e todo cheio de boa vontade lá foi me colocar um prato da ração que ele tinha trazido no carro. Estão mesmo a ver que eu o mandei comer ele a ração, ainda para mais que nesta altura estava um bom bocado de entremeada na grelha. Posso-vos dizer que no final da noite já estava um bocadinho cheio, de tal forma que já ignorava tudo o não fosse presunto.
O casamento foi diferente, foi mais bolos. Tão mais bolos que o meu dono nem teve tempo de evitar que alguém me disse uma grande fatia de bolo de chocolate (GRANDE era favor, aquilo era mais um quarto de bolo), felizmente que com tanta porcaria que já estava no meu estômago, mais aquilo não me fez mal nenhum. No dia seguinte nem sequer estava de diarreia, tenho um estômago de aço como o do meu dono.
Apesar de ter gostado mais da despedida, não quero com isso dizer que não tenha gostado do casamento, acho que toda a gente me deu alguma coisa para eu comer, por alto creio que devo ter provado mais coisas que o meu dono.
Mais engraçado era que eu não fui o único cão a ir ao casamento, estava lá um casal que também tinha levado o seu pastor alemão, mas esse como já era adulto teve de ficar no carro o tempo todo, grande seca. Eu felizmente como era cachorro, passei muito tempo cá fora. Até a dona da quinta me quis fazer uma festa e dizer como eu era bonito e bem comportado.
Mas isto vai longo e fujo do assunto, eu estava a falar de Portalegre e dos dias em que lá passei.
O dono está quieto, não precisas nada do portátil para ir trabalhar, usa papel e caneta como as outras pessoas. Ai que chato, bem vou ter de acabar isto depois…
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